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ACOLHIDA NA CATEQUESE

Saber acolher

 

A acolhida é o primeiro sinal da presença de Cristo no encontro catequético. Ela requer atitudes pessoais de abertura, de doação e de atenção ao outro. Os gestos de acolhida, quando sinceros, expressam generosidade e sinceridade de modo que, ao abrir os braços para quem o acolhe, o outro se sinta de fato amado e aceito.

 

O acolhimento é presença feita de atenção total: ouvir e escutar com interesse. É acolher e recolher o mundo do nosso próximo por meio do amor, e não apenas da simpatia ou da empatia. acolhida caracteriza-se não só pelo gesto feito, mas pela maneira como é feito, isto é, com qualidade com constância e partilhada.

 

A acolhida é uma etapa importantíssima no processo catequético. A mensagem cristã só frutificará se o terreno a que se destina for verdadeiramente humano. Não há encontro catequético sem acolhimento, pois o catequizando necessita sentir-se acolhido para se encontrar com Deus. A relação amorosa com Deus, que a catequese quer provocar, passa pela experiência de acolhimento do catequista.

Cabe ao catequista acolher de forma incondicional cada catequizando. Tal acolhimento, de modo concreto, se traduz na confiança que o catequista manifesta ter no catequizando, principalmente nos seus recursos e potencialidades, para que este possa realizar-se plenamente como pessoa. Faz parte do perfil desejado do catequista ser capaz de descobrir a profunda originalidade de cada catequizando, sinal da liberdade com que cada qual faz a sua caminhada catequética. Da descoberta dessa originalidade nasce profundo amor e respeito pela pessoa. O amor é plenamente realizado quando o outro é aceito tal como ele é.

 

O acolhimento não se reduz ao momento dos encontros catequéticos ou da celebrações da comunidade, mas deve ser algo constante na vida do catequista e estender-ser a todos da comunidade, bem como aos não praticantes e aos que estão afastados da vida cristã.

A prática acolhedora de Jesus

Como Jesus acolhia as pessoas?

Na época de Jesus, só as pessoas consideradas “puras” eram dignas de se aproximar de Deus e se integravam na sociedade. Eram as que conseguiam cumprir todos os 613 mandamentos da religião judaica e não tinham doenças nem outros problemas na vida. Os pobres, os pecadores os doentes e os abandonados eram impuros, excluídos do templo e da comunidade, e, como tais, não podiam se aproximar de Deus. Contudo, Jesus quebrou essa prática acolhia todas as pessoas em seu grupo e era acolhido nos grupos delas.

 

Para Jesus, “acolher” era também “buscar”. Eis alguns gestos significativos de acolhimento de Jesus:

– A parábola da ovelha perdida (Mt 18,12)

– A cura da sogra de Pedro (Mc 1,29-34)

– A samaritana (Jo 4,1-26)

– Zaqueu (Lc 19,5)

– Os discípulos de Emaús (Lc 24,13-35)

Podemos encontrar outras tantas situações em que Jesus acolhe as pessoas:

– O carinho pelas crianças (Lc 18,15)

– A compaixão para os que estava abatidos (Mt 9,35-38)

– O encontro com Marta e Maria (Jo 11), e outros

 

O acolhimento é o sinal de que o reino de Deus está no meio de nós (Lc 17,21). O reino de Deus não é a vida após a morte, é um novo jeito de as pessoas se relacionarem que parte da acolhida e da confiança mútuas, da solidariedade, da alegria de nos reconhecermos como filhos de Deus, do compromisso com os fracos e pequenos, da renúncia a nós mesmos, numa entrega total da vida a serviço dos irmãos.

 

Fonte: semeandocatequese.wordpress.com/2011/05/18/acolhida-na-catequese/